Com cenário parecido ao de 2002, a Seleção Brasileira volta à Capital e busca o apoio dado antes e depois do pentaA história parece se repetir. Hoje, ao desembarcar em Fortaleza, por volta das 17h30, a Seleção Brasileira buscará dos cearenses o apoio incondicional dado pelos torcedores da Capital como ocorreu em 2002, quando o Brasil fez sua última partida em território nacional antes de conquistar o pentacampeonato da Copa do Mundo.
Depois de conquistar o pentacampeonato mundial em 2002, Seleção Brasileira veio à capital cearense fazer amistoso festivo contra o Paraguai, em agosto. O capitão Cafu ergueu a taça num Castelão tolado FOTO: JOSÉ LEOMAR
Mostrando-se disposto a reforçar este laço, o destino coloca o encontro entre a Seleção e a cidade em um cenário muito parecido com o encontrado em 2002, quando encarou a Iugoslávia, dia 27 de março, no Castelão, no último amistoso no Brasil antes do Mundial.
Assim como no passado, o escrete canarinho tenta superar a descrença e suplica aos brasileiros apoio para lutar por mais um campeonato mundial.
Em 21 de agosto de 2002, o Brasil retribuiu o apoio dado para o time antes da Copa do Mundo com um jogo festivo contra o Paraguai. Mesmo com a derrota para os paraguaios por 1 a 0, tudo era festa no Castelão.
Neste domingo, 11 anos depois, os ídolos são outros, mas, como os da década passada, também são questionados. Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho deram lugar a Neymar, Lucas e Oscar. Uma das poucas coisas que não mudou é o comando da Seleção: Felipão continua sendo o chefe da "Família Scolari".
Após a estreia de ontem na Copa das Confederações, contra o Japão, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, o Brasil chegará ao Aeroporto Internacional Pinto Martins no fim da tarde de hoje, a fim de se preparar para pegar o México, nesta quarta-feira, 19, às 16h, jogo que marca a estreia de Fortaleza na competição.
Com um esquema de segurança especial, a delegação sairá do terminal com destino ao Hotel Marina Park, onde ficam hospedados até quinta-feira, 20.
O trajeto que a Seleção Brasileira irá usar na Capital está sendo mantido em sigilo. Foram preparadas três rotas, sendo a principal partindo pela Av. Senador Carlos Jereissati, mudando para a BR-116 até a chegada na Av. Aguanambi, que será cruzada de ponta a ponta, passando pela Av. Dom Manuel e seguindo por último, pela Av. Leste-Oeste.
O caminho será liberado através da "onda verde". Engenheiros de trafego irão monitorar a chegada da equipe e liberará o caminho manipulando os semáforos para a cor verde.
Espera-se que a delegação complete o percurso em uma velocidade média de 50 km/h, sendo realizado em 20 minutos.
Dirigentes exaltam legado que Copa deixará
Uns mais outros menos, os principais dirigentes do futebol cearense reconhecem que a Copa das Cnfederações deixará algum legado para o futebol do Estado e, principalmente, para a cidade.
O presidente da Federação Cearense de Futebol (FCF), Mauro Carmélio, vê a realização do evento como o coroamento do esforço do poder público estadual e das principais forças do futebol local para trazerem o evento para a capital cearense.
E não apenas a Copa das Confederações, mas também a Copa do Mundo de 2014. "É um orgulho para todos nós recebermos um evento dessa magnitude. E nós, como gerentes do futebol cearense, reconhecemos o esforço muito grande do Governo do Estado para trazer a competição para o nosso povo", elogia o presidente da FCF.
O presidente da FCF vê no contato entre dirigentes e povos de terras distantes o ambiente propício para o intercâmbio entre os dirigentes, o que pode ajudar o futebol local a evoluir.
Visão diferente
Não tem a mesma visão da FCF, o presidente do Ceará, Evandro Leitão, no que se refere ao legado para o futebol cearense em si. "Eu não vejo para o futebol cearense um impacto positivo. Pelo contrário. O legado que temos é a paralisação das atividades, deixando os clubes sem receita. Os nossos clubes ficam em segundo plano", queixa-se Evandro Leitão, sem, no entanto, deixar de reconhecer os benefícios sociais e econômicos para a cidade.
Por sua vez, o presidente do Fortaleza, Osmar Baquit, identifica, de imediato, um benefício para a posteridade dos torcedores locais: a Arena Castelão.
O estádio em si já seria uma grande herança, mas ele cita outros avanços. "Os sistemas de segurança, o ingresso numerado, que vai responsabilizar o torcedor pelo que houver lá dentro. Tudo isso", finaliza.
EDUARDO BUCHHOLZ
REPÓRTER
Um sonho através de uma bandeira
Se tem uma coisa que todo brasileiro adoraria fazer nesta Copa das Confederações é estar em campo junto com a Seleção. Assistir de perto, entrar junto com os jogadores, cantar o hino nacional e curtir essa emoção. Alguns poucos felizardos realizarão este sonho. Eles estarão lá a trabalho e foram preparados com total cuidado para a função.
Joicilene, que foi escolhida entre mais de 10 mil jovens, vem de uma cidade de 8 mil habitantes no interior do Piauí para carregar a bandeira FOto: Natinho Rodrigues
Entre eles, uma turma com idade entre 13 e 16 anos foi escolhida, por meio de um concurso promovido por uma marca patrocinadora do evento, para carregar as bandeiras que entram à frente dos jogadores em todos os jogos do evento.
Entre as várias histórias que cada um deles conta para ter chegado até ali, destaca-se a de Joicilene Damasceno, 14 anos, escolhida entre mais de 10 mil jovens. Joicilene talvez seja uma ótima representante da esperança brasileira. Nascida em Nossa Senhora dos Remédios, uma cidadezinha de 8.206 habitantes, no interior do Piauí, a 170 km de Teresina, sua vida estava fadada a limites pré-definidos.
A família muito pobre mora em uma casa sem banheiro e fogão. Mas, Antônia Cardoso, resolveu ajudar a garota. "Aqui ela é minha filha do coração. Eu a inscrevi no concurso porque queria mostrar que o mundo é muito maior do que o que ela conhece", conta a tutora da garota.
Ela queria muito ver o Kaká de perto, mas disse que o Neymar serve. "Na minha casa lá no Piauí não tem televisão, mas vai todo mundo se juntar pra me ver de lá", comemora.
Redação
Gomes Silveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário