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sábado, 15 de junho de 2013

Legado SOCIAL - Exemplo olímpico de Barcelona inspira Fortaleza


Capital cearense tem um ano até a Copa do Mundo para deixar um legado verdadeiro a seus moradores

Quando se pensa em legado de sucesso após um evento esportivo de grande porte, o caso das Olimpíadas de Barcelona, em 1992, é emblemático.

Uma das principais regiões revitalizadas em Barcelona foi a área portuária, para onde um dos acessos é pelo Passeio de Colombo. Cidade passou a atrair, nos dez anos seguintes, o dobro da quantidade de turistas que recebia antes FOTO: FOLHA PRESS

Após os Jogos, o turismo local só aumentou e a cidade passou por várias mudanças positivas, como a revitalização de sua zona portuária e a implantação de um eficiente e ecológico sistema de coleta de lixo.

Para 2014, quando será sede da Copa do Mundo, Fortaleza tem a missão de deixar um legado que, pelo menos, se aproxime do exemplo catalão. A Copa das Confederações, realizada de hoje até 30 de junho, é o primeiro passo concreto para medir se esse retorno será real.

O mineiro Renato Melo, arquiteto e urbanista, mestre em Projetos de Arquitetura pela Universidade Politécnica da Catalunha, acredita que as sedes da Copa terão dificuldade para conquistar um legado parecido.

"A dinâmica e organização que o Brasil conseguiu efetivar até o momento ficam aquém dos louros que Barcelona conseguiu. A cidade espanhola reurbanizou todo a trecho litorâneo, abrindo a cidade para o Mediterrâneo. Além disso, fizeram uma série de intervenções pontuais de mobilidade urbana e souberam revitalizar e criar pontos turísticos", analisa.

A capital cearense, assim como a cidade espanhola, possui uma grande vocação turística. O arquiteto e urbanista Rodrigo Ponce de Leon, representante do Instituto de Arquitetos do Brasil _ seção Ceará (IAB-CE) no Comitê de Acompanhamento das Ações Relativas à Copa de 2014 (CapCopa), lembra que a divulgação do evento exporá nosso potencial turístico, o que aumentará a demanda por equipamentos de atendimento, como aeroporto, porto, hospitais, transportes, comunicação, segurança e atendimento.

"É preciso que o legado do Mundial seja concretizado em melhorias para a população e impulsione a transformação de nossa Fortaleza em uma cidade humana e inteligente. Para tanto, esse legado deve ser considerado como elemento estruturador de futuros empreendimentos públicos, privados e em parceria, sendo essencial nesse processo que a sociedade esteja engajada e participe efetivamente do seu planejamento".

Em Barcelona, o investimento no turismo foi um marco. Com 2/3 do investimento total (R$ 10 bilhões) voltados para o turismo, hotelaria e para a zona portuária, o número de visitantes chegou a dobrar nos dez anos seguintes aos Jogos.

A malha metroviária aumentou para 165km e conta hoje com 125 estações em torno de Barcelona. Atualmente, a linha sul do metrô de Fortaleza, única já pronta, possui 24,1km.

Conhecida pela beleza natural da orla marítima, Fortaleza pode utilizar os grandes eventos para desenvolver outras regiões FOTO: NATINHO RODRIGUES

Sobre o possível legado de Fortaleza após a Copa do Mundo de 2014, o secretário especial da Copa, Ferruccio Feitosa, ressalta que o já foi feito.

"O VLT, por exemplo, inicia uma nova era para Fortaleza, trazendo agilidade, conforto e segurança. A ideia que fica de legado é diminuir o tempo que o trabalhador passa se transportando e aumentando a quantidade de tempo para o lazer", explica.

Requalificação

Para o secretário, além do que já foi feito em relação à mobilidade, a requalificação de algumas áreas da cidade, em obras de responsabilidade da Prefeitura, ficará marcada após a Copa.

"As obras de requalificação da Beira-Mar, Praia do Futuro, Titanzinho e Morro Santa Terezinha farão parte do legado da nossa cidade", diz Feitosa.

Mas, na comunidade dos feirantes que trabalham na Avenida Beira-Mar (próximo ao Náutico), há certa desconfiança com o projeto de reforma na área, fruto de promessas não cumpridas em gestões anteriores.

"Está com mais de 20 anos que escuto essa conversa da reforma da Beira-Mar e nada. A gente bem que gostaria que deixasse de ser apenas promessa e se tornasse realidade", lamenta o feirante Francisco, que possui uma barraca de confecções.

A dona de casa Cleide Carvalho Araújo, 30, mora no Barroso, no entorno do Castelão, e tem o mesmo sentimento. Mãe de três filhos, ela lamenta a indiferença dos governos estadual e municipal com relação ao saneamento no seu bairro. "Aqui na rua, melhorou com o asfaltamento, mas tem a parte do saneamento, que começaram e não terminaram o serviço. Passa água em frente à nossa casa. Isso prejudica a população, pelo risco de virar um foco da dengue e de as crianças pegarem doença", critica.

Já no Centro da cidade, o jornaleiro Ernani Rodrigues de Sousa, há mais de 60 anos no local, reclama da violência. "Quando comecei a trabalhar na Praça José de Alencar, em 1954, era muito tranquila a praça. E, hoje, as pessoas não podem andar na praça, pois correm o risco de serem assaltadas", compara.


Redação
Gomes Silveira
Fonte:DN

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