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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

À vontade e confiante: as faces de Chamusca

Marcelo Chamusca desembarcou em Porangabuçu com a árdua missão de tirar o Ceará de uma situação complicada na Série B. Eram três jogos sem vencer e uma pressão absurda sobre os ombros de Givanildo Oliveira,
demitido na oitava rodada, após um empate diante do Luverdense, na Arena Castelão. Chamusca assumiu, teve um início trôpego, inconstante, mas aos poucos foi montando o time, encaixando as peças e os resultados foram aparecendo.
Com muito trabalho – vencendo a desconfiança do torcedor devido ao seu passado recente pelo arquirrival – o G-4 era questão de tempo. E foi. Quatro vitórias seguidas e a equipe entrou no pelotão de frente. O Estado conversou com Marcelo Chamusca e buscou saber do treinador alvinegro detalhes dessa boa campanha até aqui, de como lidar com os mais jovens, com ídolos experientes, como se sente vestindo preto e branco, entre outras coisas.
O Estado – Diante dos bons resultados até, podemos dizer que o trabalho do Chamusca já atingiu seu ápice ou ainda há como progredir?
Marcelo Chamusca – Eu não acredito nessa coisa de chegar no ápice não. A gente trabalha sempre com a possibilidade e o entendimento de que nós temos de ter regularidade, e que o trabalho tem de crescer, porque a gente passa a ter mais conhecimento sobre o elenco, das características de cada um, conhecer o clube, as reações da torcida, entender melhor a competição. Enfim, uma série de fatores que fazem a gente trabalhar melhor nesse crescimento da equipe.
Eu estou muito feliz em ver esse crescimento, não só com relação à performance, mas também com os resultados. Era o que precisávamos: aliar bom desempenho aos resultados positivos, que isso faz a gente crescer, subir na tabela, e fique ali naquele posicionamento de G-4 ou próximo dele.
OE – Com dificuldades no início dos trabalhos, enfrentando, inclusive, a desconfiança por parte do torcedor, devido a identificação com o rival Fortaleza, as coisas foram mudando, o time encorpando. Você, Chamusca, já se sente completamente à vontade no Vozão? O que, hoje, o torcedor fala quando o encontra pelas ruas?
MC – Na verdade eu me senti à vontade desde o primeiro dia. Eu cheguei com a confiança do presidente, da diretoria, e isso me trouxe força para vir. Existiam outros nomes que o clube podia trazer, mas optaram por mim. Isso me trouxe uma maior responsabilidade, até por eu conhecer o Estado, isso me ajudou na adaptação rápida a tudo.
Na minha chegada eu falei que eu me entreguei, me dediquei, como sempre fiz em todos os clubes, sou profissional, mas era um momento diferente na minha carreira. Com empenho, com trabalho, eu iria fazer o mesmo aqui, honrando o clube, e é isso que tenho feito deste então. Me familiarizo com os torcedores, vou em todos os lugares, socializo com eles, o que tenho visto um respeito muito grande por parte da torcida rival, e muita alegria pelos alvinegros. Se existia uma desconfiança, o trabalho mostra que está certo um acerto.
OE – Como avalia a qualidade do elenco alvinegro? O plantel ainda necessita de reforços?
MC: Nós estamos analisando permanentemente o grupo e sua performance, se há necessidade ou não de contratar. Nesse momento, o que posso dizer – e já vinha dizendo – é que nós temos um bom elenco, com atletas portando características diferentes em todos os setores, o que nos dá a condição de alternar o sistema de jogo, alguns conceitos já foram assimilados pelos jogadores e eles estão trabalhando em cima disso.
Então não é momento para a gente pensar em contratações. É o momento de valorizarmos as peças que temos, nós conquistamos uma boa posição na tabela com esse vestiário, com a entrega desses atletas. O momento é de valorização de quem está aqui e seguir trabalhando. A competição é difícil, oscilações acontecerão, portanto eu prefiro valorizar quem está comigo aqui.
OE – Não é novidade que Magno Alves é um ídolo do clube – talvez o mais importante dos últimos anos – e que o atacante está na reta final de sua brilhante carreira. O Magnata não vem sendo titular, então qual o segredo para manter um jogador desse quilate ainda motivado não estando atuando?
MC: O caráter do jogador pesa muito. Magno já trabalhou comigo no Japão, eu já o conhecia, inclusive conheço sua família, minha sogra é da minha da mesma cidade dele (Aporá-BA), e posso dizer que é um cara de caráter, que entende seu momento, não existe nenhuma complexidade nisso, hoje nós optamos por um outro atleta para fazer a função, e esse atleta deu uma boa resposta, o time cresceu. Arthur também é outro que está brigando pelo mesmo espaço, entrando bem.
Magno compreende que é importante mesmo sem estar atuando, com a liderança dele no vestiário, com sua experiência, com sua identidade junto ao torcedor, vem nos ajudando bastante. E segue trabalhando firme, buscando aproveitar a oportunidade quando ela aparecer, já que se trata de um jogador extremamente qualificado.
OE – E sobre os jovens promissores como Raul, Lima (recém-chegado) e Arthur? Como avaliar a importância deles dentro dessa estrutura?
MC – Os jogadores mais jovens, e aí eu incluiria o Cafu nessa lista também, cresceram demais no aspecto individual, muito disso pela organização do time, pelo padrão da equipe, fez com que o coletivo prevalecesse e eles pudessem potencializar suas individualidades. Hoje, eles tão se destacando pela organização das coisas, eu creio muito nisso. Houve um encaixe do time. Porém, o coletivo tem de sempre prevalecer.
OE – Você, como profissional da área, como vê essa postura questionável dos clubes em insistir na troca constante de treinadores durante a temporada? É a favor da criação de algum mecanismo que “proteja” o técnico dentro do futebol brasileiro como existe em outros centros?
MC – Se faz necessário e nós, da Federação Brasileira de Treinadores, estamos trabalhando, inclusive teremos uma reunião no Rio de Janeiro, hoje, dia 21, vários treinadores estarão presentes e dentro das pautas com a CBF está o mecanismo de proteção ao treinador, para que nós tenhamos uma estabilidade maior. Já existe uma lei tramitando, que chamamos de Lei Caio Júnior. Temos uma pequena evolução, hoje o treinador entre no BID e fica registrado, mas é muito pouco, é preciso mais.
O treinador precisa ter garantia, precisa ser dificultada essas possibilidades que existem hoje de trocar por trocar o profissional, sem nenhum tipo de critério, sem nenhum planejamento estabelecido, apenas para dar satisfação à imprensa ou ao torcedor. Eu, particularmente, sou contra esse tipo de coisa, e estou vendo uma evolução nesse sentido, uma maior união entre os treinadores, temos critérios bem claros para que possam assegurar uma melhor condição de trabalho, visando uma sequência maior dentro dos clubes.
OE – Voltando ao Ceará, qual sua avaliação da estrutura do Alvinegro, tanto física como de trabalho?
MC – A estrutura de trabalho aqui é muito boa, nos dá condição total de trabalho, no dia a dia, uma equipe interdisciplinar que trabalha muito durante toda a semana, com fisiologista, nutricionista, fisioterapeutas, todas as áreas do Departamento Médico atuando e trocando informações conosco, para que a gente possa avaliar melhor todos os atletas. A condição é muito boa, campo para treinamento também, temos muita qualidade aqui.
O Ceará hoje pode dizer que possui uma estrutura muito boa. A gente sabe que todo clube de futebol que está na Série B, com exceção do Internacional – e talvez o Goiás –, tem uma certa dificuldade com relação a essa estrutura, mas aqui a estrutura disponível é muito boa, eu estou bastante feliz com o que o clube vem me proporcionando, nos dá toda a condição necessária para colocar o jogador em sua melhor condição de jogo.
OE – Para finalizar, projetando que uma das vagas do G-4 será do Vovô, dá para sonhar com o título da competição?
MC – Nós temos de ter ambição, e ela precisa ser grande, porém não podemos sonhar com título nesse momento porque entramos no G-4 agora, há pouco tempo, poucas rodadas atrás. Estamos trabalhando muito em busca da consolidação, ou seja, obter uma pontuação que nos dê uma condição de poder respirar com um pouco mais de tranquilidade.
Fazendo uma analogia com uma corrida de carros, temos de distanciar daqueles carros que aparecem no nosso retrovisor, continuar acelerando, pensando jogo a jogo, e aí no desenrolar da competição talvez a gente possa ter o direito de sonhar. Mas agora nós estamos com o sonho, claro, de G-4 e, consequentemente, acesso. Tudo pode acontecer, nós temos elenco e qualidade para isso. Só que o foco hoje é a vaga no G-4.
Glossário
“Lei Caio Júnior”. Projeto de Lei 7560/2014, de autoria do Deputado José Rocha (PR/BA), pretende alterar as Leis nº 8650/93 (Lei do Treinador Profissional de Futebol) e 9615/98 (Lei Pelé), incluindo os auxiliares técnicos e preparadores de goleiros na mesma classe dos treinadores, o referido projeto busca assegurar mais direitos aos técnicos de futebol. A Lei também vislumbra inúmeros outros benefícios aos “professores”.
Analogia.
o latim analogĭa embora com origem mais remota no vocábulo grego que se pode traduzir como “semelhança” ou “proporção”, é um termo que indica uma relação de semelhança/similitude entre coisas diversas.
Felipe Málaga
especial para Esportes


FONTE :;O ESTADO
FONE: 34121595 FIXO - (88) 9-92026830 CLARO (88)9 -98602540  TIM
JORNAL CENTRAL  QUIXADÁ WAT SAPP 88 - 9 - 96331144
POSTADA  POR GOMES SILVEIRA

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