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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

FLUMINENSE - 30 dias no Flu: Abad faz limpeza no futebol e explica situação financeira

Foram 30 dias de muito trabalho. Na última sexta-feira, Pedro Abad completou um mês como presidente do Fluminense. Período suficiente para ele perceber que a situação financeira do Tricolor é pior do que ele imaginava. A primeira medida foi reformular a estrutura do futebol. A economia até agora, com a saída de 30 jogadores (a grande maioria por empréstimo), representa R$ 1,2 milhões por mês - 15% da folha salarial - ou aproximadamente R$ 15 milhões ao ano. Mas não adianta a torcida se empolgar com os números: não há dinheiro sobrando nas Laranjeiras para investimentos neste momento.- A situação financeira não é confortável. Na verdade, nunca foi e continua não sendo. O trabalho de reestruturação será muito forte no futebol, no sentido de parar de gerar uma ciranda financeira problemática. Espero que daqui a dois ou três anos a gente esteja livre desse tipo de pressão financeira de não poder contratar reforços. O equacionamento da dívida existe, mas ele ainda não resolveu - disse Abad em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com.
Com uma legião de tricolores impaciente por novidades, o presidente tem passado de 10 a 12 horas por dia nas Laranjeiras. E ainda concilia as atividades no Flu com seu trabalho como auditor da Receita Federal. Quando a nova diretoria assumiu, eram 64 jogadores entre aqueles que já estavam no elenco, os que voltavam de empréstimo e os juniores que estouraram a idade. Atualmente, 34 atletas treinam diariamente no CT Pedro Antônio. Novos reforços, segundo Abad, só devem chegar para a disputa do Campeonato Brasileiro.
- Toda essa economia que estamos fazendo é necessária para o funcionamento do clube. Não significa que ela será investida em novos jogadores. Neste momento, a ideia é reduzir ao máximo e depois buscar reforços - frisou.
Nos últimos 30 dias, Abad pouco falou com a imprensa. Em sua primeira entrevista exclusiva, o foco foi a situação financeira do clube. O presidente falou sobre a dificuldades na busca por reforços, afirmou que não tinha noção real dos problemas quando era presidente do Conselho Fiscal, mostrou ressalvas à forma como o futebol era conduzido na gestão Peter Siemsen, por mais que tenha evitado críticas pesadas, e garantiu que a necessidade de arrecadar dinheiro não vai pressionar a busca por fornecedor e patrocinador.Confira a íntegra da entrevista exclusiva:
São 30 dias na presidência do Fluminense. O que foi feito nesse período?
Nesse primeiro mês a gente procurou, inicialmente, remontar a estrutura do futebol. Ter um departamento com outro desenho, outra forma de gerenciamento. Também, para tomar pé, com certeza, toda a situação financeira, todos os passivos do clube, tudo o que envolvia o funcionamento da vida financeira do clube. Tomamos pé também da estrutura administrativa, todo o organograma de todos os departamentos, quem trabalha e quem faz o quê. Iniciamos a reestruturação do marketing, para atender as demandas que os torcedores levantam. E iniciamos também o processo de reestruturação da comunicação. Foi isso que foquei nesses primeiros 30 dias. Entendo que esses são os pontos principais que temos de atacar: reestruturar o futebol e iniciar a reestruturação dos demais, junto com a remontagem do elenco.

Muitos jogadores foram emprestados. Como foi essa limpeza no futebol e qual foi a diminuição na folha salarial do departamento?
Na verdade, a readequação foi feita com base em um perfil novo de elenco. Alguns jogadores não se encaixavam nessa proposta, então, tentamos fazer negociações para que esses jogadores fossem atuar em clubes com perfil mais parecido. Não tínhamos um objetivo de um número, mas remontar o elenco da forma que a gente achava adequada. Não conseguimos fazer todos os movimentos que gostaríamos, mas o que fizemos gerou uma economia próxima de R$ 15 milhões ao ano. Então, é um número bem razoável. O Fluminense continua atento a oportunidades tanto de jogadores que possam interessar a outros clubes quanto, se necessário, jogadores para vir ao clube.

Embora a gente falasse de três ou quatro jogadores, trouxemos apenas um nesse momento (Lucas). Para o Carioca, provavelmente, é esse que a gente vai trazer. 
Pedro Abad
Mesmo assim a falta de dinheiro atrapalhou na contratação de reforços...
Sem dúvida. A situação financeira é um complicador grande, ela atrapalha bastante. O que não quer dizer que a gente não esteja atento ao mercado, monitorando eventuais oportunidades. Embora a gente falasse de três ou quatro jogadores, trouxemos apenas um nesse momento (Lucas). Para o Carioca, provavelmente, é esse que a gente vai trazer. Chegaram também o Abel, um técnico identificado com o clube, vencedor, que considero um reforço de peso, e Sornoza e Orejuela, jogadores que já estavam contratados e têm o perfil que gostamos. Estamos analisando o elenco e esperando os resultados que ele vai nos apresentar. Eventuais reposições a gente vai ver para o Brasileiro. Vamos ver no campo primeiro. Se precisar, a gente pode vir a trazer um ou outro.

Foi surpreendente a situação financeira? Esperava que houvesse a necessidade tão grande de uma reformulação no futebol?
A gente sabia que precisava. O futebol, não só no Fluminense como em muitos clubes, é feito de forma pouco profissional. A gente precisava, realmente, reequilibrar todo o elenco. Havia essa noção desde o ano passado. A situação financeira é impactante, ela às vezes te prende a fazer investimentos. A gente tem de trabalhar para reduzir o orçamento. Foi o que fizemos.

O Flu gastou mal, então?
Foram opções que foram feitas, não cabe julgar o passado. Cabe julgar o que queremos fazer para frente, que é remodelar tudo, refazer o futebol do Fluminense. Temos um resultado bastante razoável neste primeiro momento. Esperamos avançar, aos poucos, para ter um elenco como gostaríamos.

Essas opções foram feitas quando você ocupava o cargo de presidente do Conselho Fiscal do clube. Não deveria saber dos excessos e tentar impedi-los? Ou só assumindo como presidente do clube é que deu para ter uma noção maior do problema?
Quando assumi tive uma noção maior de tudo. Até porque nenhum dos membros do Conselho Fiscal diz o que fazer ou o que não fazer. O futebol tem um impacto muito forte na vida financeira do clube. Fazer ele de forma inadequada te leva a uma situação complicada. Agora, tomando pé dos contratos dos jogadores e dos passivos, se tem uma noção mais precisa. A situação impõe restrições, isso é óbvio. Os membros do Conselho Fiscal não dizem o que fazer ou impedem o Conselho Diretor de fazer. Analisam os contratos, contas, orçamento e dão parecer. Não tratam de futebol, contratam ou dispensa. A gente tem noção, mas não é uma noção tão precisa. Ao assumir, comecei a tomar pé de todos os contratos e a gente viu que a situação era um pouco pior do que a gente previa.

fernando veiga pedro abad marcelo teixeira fluminense (Foto: Nelson Perez / FluminenseFC)Abad ao lado de Fernando Veiga e Marcelo Teixeira, dois dos nomes que tocam o futebol do Fluminense na temporada 2017 (Foto: Nelson Perez / FluminenseFC)

Você falou da economia de R$ 15 milhões. Mas alguns jogadores, mesmo fora dos planos inicialmente, não quiseram sair. O Barcos, por exemplo, não veio por causa disso. Essa negativa de alguns atletas também atrapalhou?
Na verdade, toda essa economia que estamos fazendo é necessária para o funcionamento do clube. Não significa que ela será investida em novos jogadores. Neste momento, a ideia é reduzir ao máximo e depois buscar o atleta. Claro que, em um ou outra posição, a saída de um implica na reposição. Ai um era condicionante ao outro. Em outras, não. Era simplesmente o excesso de atletas naquela posição e precisávamos negociar alguns.

A economia ainda não foi a esperada, então...
A legislação coloca o clube nessa situação. O jogador precisa querer sair, tem que ter um clube interessado. Se isso não acontece, ele está sob contrato, você tem compromisso com ele. Esse processo de readequação total do elenco leva tempo, é difícil chegar do ponto inicial ao ideal em uma janela  de transferências ou em um mês. Esperamos que, a medida que ele avance, a gente possa ganhar fôlego e repor dentro das necessidades do elenco.

Há a necessidade de vender algum jogador para acelerar esse processo?
Hoje em dia, no futebol brasileiro, a venda de atletas é normal. Todos os clubes fazem isso, e o Fluminense não foge disso. O importante é saber a hora certa de vender e vender bem vendido. Um preço que efetivamente tenha o valor do jogador. É natural que, em algum momento, venha aparecer uma venda. É extremamente improvável que o Fluminense não faça isso. Cabe a gente lidar com a situação para dar ao Fluminense o maior proveito possível sem prejudicar exageradamente o futebol.

O passado foi muito ruim, e o processo é bastante alongado. Até hoje a gente vê reflexo disso e a forma como o futebol foi conduzido, em algumas situações, levou o Fluminense a piorar a sua situação. Então, hoje pego um clube com problemas financeiros relevantes.
Pedro Abad
Dá para dizer que o Gustavo Scarpa fica pelo menos até o meio do ano?
Não gosto de falar sobre nenhum jogador em nenhuma situação. Futebol é dinâmico. Você diz uma coisa e depois se contradiz. Qualquer saída vai se dar dentro de uma condição benéfica financeira. De forma que a perda seja compensada com um valor justo.

Chegou alguma proposta para o Flu?
Uma ou outra sondagem, mas nada de proposta concreta por nenhum atleta. O Scarpa é muito importante. Ele é identificado com o torcedor, a gente busca que ele fique o maior tempo possível. Chegou uma sondagem pelo Douglas. Mas nada virou proposta concreta. Continuamos trabalhando com os jogadores. Quando chegar algo por escrito, vamos analisar. Se for interessante a todas as partes, claro, especialmente, ao Fluminense, podemos dar andamento. Por enquanto, não tem nada.

O torcedor pergunta muito nas redes sociais sobre a situação financeira do clube e não consegue entender como não há dinheiro para investir se a antiga diretoria falava que as dívidas estavam equacionadas...
Dívidas equacionadas não quer dizer que a gente não as tenha e que elas estejam pagas. Existe um trabalho de reestruturação que vem sendo feito há duas gestões, que não se encerra. O passado foi muito ruim, e o processo é bastante alongado. Até hoje a gente vê reflexo disso e a forma como o futebol foi conduzido, em algumas situações, levou o Fluminense a piorar a sua situação. Então, hoje pego um clube com problemas financeiros relevantes. E isso impede, realmente, que reforços de peso sejam contratados. É inegável isso. No entanto, as dívidas principais, as trabalhistas e fiscais estão equacionadas, estão em um fluxo de caixa previsível. 

O que é diferente das situações anteriores, nas quais haviam penhoras, a Justiça bloqueava as contas. Situações são diferentes. O que não quer dizer que a situação seja confortável, ela nunca foi confortável. Continua não sendo. O trabalho de reestruturação será muito forte agora no futebol. No sentido de parar de gerar uma ciranda financeira problemática. Espero que daqui a dois ou três anos a gente esteja livre desse tipo de pressão financeira de não poder contratar reforços. O equacionamento existe, mas ele ainda não resolveu.

Quanto o Fluminense gasta mensalmente com essas dívidas?
Tem dívidas de financiamento bancário, tem com empresários. São diversas. Inclusive a fiscal e trabalhista. A gente trabalha para equacionar elas no fluxo de caixa ao longo do tempo. Dizer um número, embora ele não seja privado, pois aparece no balanço, vou dizer X de um ou X de outro. Estamos checando para conferir o valor real da dívida. E vamos nos programar para quitar tudo.

pedro abad, peter siemsen, fluminense (Foto: Mailson Santana / FluminenseFC)Abad evita críticas fortes, mas faz ressalvas à forma como o futebol do Flu foi conduzido na gestão Peter Siemsen (Foto: Mailson Santana / FluminenseFC)
Como está a busca pelo patrocinador? A Caixa está perto de anunciar o seu investimento nos clubes em 2017.
A Caixa é uma das empresas com as quais a gente está tratando. Está mais avançada. Mas as outras duas (Nota da Redação: Huawei e TCL) não estão descartadas. Há conversas avançadas, mas nem tão quanto a situação da Caixa. A gente não pode precisar qual será o dia que teremos um novo patrocinador.

A necessidade imediata de novas receitas pressiona o clube de alguma forma a fechar logo com fornecedor e patrocinador?
O Fluminense faz as negociações buscando o melhor. Uma mal feita não impacta só neste ano, mas em todos os seguintes. Você acaba precificando a marca Fluminense de forma inadequada e depois para reaver os valores fica difícil. Então, não é 15 dias ou 20 dias a mais que vai resolver alguma coisa. Então, a gente prefere alongar a conversa para obter o que a marca do Fluminense vale.

O ex-presidente Peter Siemsen sempre garantiu que o Fluminense não antecipou nenhuma cota do novo contrato de televisão. Nada foi recebido de fato?
Teve uma parcela que foi antecipada, sim. A falta de outras receitas te faz valer de instrumentos que dão como garantia o contrato da Globo. Na verdade não foi exatamente antecipada. Foi pego um empréstimo e dado o contrato da Globo como garantia. É natural que, em um momento de necessidade, se faça isso. É comum, os outros clubes fazem, não tem jeito. Foi usado esse procedimento em uma parcela pequena do contrato. É uma necessidade, o clube tem de continuar funcionando.

 No dia da posse você afirmou que a situação financeira do Flu não atrapalhava a chegada de um novo ídolo. Desde então, o Flamengo anunciou o Conca, um ídolo da torcida. O Fluminense chegou a tentar a contratação do argentino? Como viram essa negociação?
A negociação foi vista como uma negociação de mercado. É um jogador que tem história aqui, como outros têm em outros clubes e vieram ao Fluminense. É algo normal. Não fomos atrás do Conca em momento algum, pois entendíamos que não era o perfil de jogador que queríamos agora. A situação foi essa.

Não fomos atrás do Conca em momento algum, pois entendíamos que não era o perfil de jogador que queríamos agora.
Abad, sobre a ida de Conca para o Flamengo
Um mês depois de assumir, segue o mesmo panorama? O momento financeiro ruim não impede a chegada de um ídolo?
Não necessariamente. No momento, esse jogador não vai vir. Mas nada impede que depois ele venha a ser contratado. O mercado, por vezes, te apresenta oportunidades que não envolvem desembolso de dinheiro. Estamos monitorando e havendo oportunidade, a gente trás o jogador.

Passado o primeiro mês, qual o plano de gestão a partir de agora?
A reestruturação administrativa do clube, gerando práticas de governança dentro do clube. De forma que essas consequências financeiras diminuam cada vez mais. Estamos já em um plano de reestruturação do departamento de marketing, visando melhoria no Sócio Futebol, novas receitas com licenciamento. Estamos também com um projeto para a comunicação, para torná-la mais próxima para o torcedor, mais ágil, com conteúdo maior. Fora, claro, a reestruturação de todo o passivo do clube. 

Estamos buscando empresas de auditoria para que façam diagnósticos precisos e gerem um novo plano de ação para a marca Fluminense. Riscos, compliance, tudo isso faz parte de uma reestruturação que às vezes o torcedor não vê de imediato, mas que impacta no futebol. A medida que você tem processos decisórios mais profissionalizados e interligados entre os departamentos, isso reflete em possibilidade de investimento.
*estagiário, sob a supervisão de Edgard Maciel de Sá.



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POSTADA  POR GOMES SILVEIRA

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